Foi com a exigência de um choque de gestão na capital baiana que o trade turístico se reuniu na manhã de hoje, 17, no Hotel Golden Tulip, no Rio Vermelho, para apresentar o projeto da segunda Feira de Turismo da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav-Bahia), que acontecerá nos dias 10 e 11 de maio no Centro de Convenções.

Em 2011, o evento, que tem entrada restrita para empresários e profissionais do trade, reuniu 112 expositores e recebeu cerca de três mil visitantes. Este ano, a expectativa da Abav-Bahia é de que a feira reúna 200 expositores e receba mais de 5 mil visitantes, além de permitir o fechamento de negócios em torno de R$ 30 milhões. Entre as novidades desta edição estão a exposição de um “hotel-conceito”, organizado pela ABIH-Bahia em um estande de 60 metros quadrados e o Circuito Gastronômico Bahia das Delícias, organizado pela Abrasel e com curadoria da Chef Tereza Paim.

Presidente da Abav-Bahia, Pedro Galvão disse que o evento é um anseio do trade, que tem apresentado bons resultados, apesar dos problemas de infraestrutura da cidade de Salvador. “Salvador precisa de um choque de gestão. Por isso estamos elaborando um documento em conjunto com o Conselho Estadual de Turismo (CBTur) exigindo a recuperação da orla, que foi destruída e de cartões postais como o Elevador Lacerda e o Plano Inclinado”, afirmou.

Segundo ele, o documento deve ser finalizado e entregue à Prefeitura de Salvador e ao Governo do Estado no início da próxima semana e, caso nenhuma providência seja tomada, o trade procurará o Ministério Público.

Importância – Presidente do CBTur, Sílvio Pessoa explicou que Salvador precisa de investimentos de recuperação da orla e divulgação para continuar sendo a capital do Nordeste que mais recebe turistas. “Depois do agronegócio, nós somos os maiores empregadores. De cada oito empregos, um é do turismo e, em lugares como Praia do Forte, sete de cada dez empregos são do turismo”, ressaltou.

Cláudio Tinoco, presidente da Saltur, empresa municipal de Turismo, considerou legítimas as críticas apresentadas pelo trade turístico e atribuiu à falta de capacidade de endividamento da Prefeitura de Salvador, que está inadimplente no Calc-Siafi, as mudanças de gestão no Ministério do Turismo e a ausência de um Fundo Municipal de Turismo para as causas da falta de investimentos no setor.

“Conseguimos em dezembro de 2011 a aprovação do projeto executivo de acessibilidade, orçado em R$ 500 mil, que devem ser liberados por convênio com a Caixa Econoômica Federal, mas o município precisa estar livre do Calc para isso. Por isso, a Procuradoria Geral do Município está tentando uma liminar na Justiça para assegurar essa ação”, explicou.

Em tom de fim de governo, Tinoco disse que a Prefeitura tem conseguido realizar algumas ações pontuais de recuperação e manutenção das atrações da cidade e que a ação de limpeza da Orla iniciada com as denúncias de abandono da Praia do Farol da Barra se estenderá até Itapuã. Entre as deficiências turísticas da cidade ele apontou a inexistência de um centro de referência da história da capital do País e de um museu do carnaval, iniciativa que tem buscado concretizar há cerca de dois anos.

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